Vários
anos depois, diante da folha do Word em branco, o autor desse post haveria de
recordar aquela tarde remota (era noite, mas para manter o foco na referência
fica tarde mesmo) em que revelações foram rasgadas sobre a grama do CCHLA.
Encontravam-se dispostos em posições de yoga num papo descontraído alguns
integrantes do Centro Acadêmico de História da UFPB e alguns agregados. Muito
mais do que revelações pessoais daqueles presentes, o centro do debate eram
revelações sobre os não presentes, mas isso era o de menos. Também se deram
revelações daqueles ali reunidos (na minha cabeça já eram até motivo de
bombação no Orkut).
Lógico
que não vou falar a pauta. Mas é a lembrança mais antiga que tenho de uma
conversa mais íntima com a Sedova. De lá para cá estamos no nível “temo que
alguém leia nossas conversas do inbox
do Face”. Perainda, não vá pensar que só conversamos assuntos proibidos pela
Igreja. Acredito que o relacionamento construído chegou num ponto no qual me
sinto a vontade e enriquecido em poder conversar sobre tudo com ela. Ela é minha amiga, grande amiga minha. Eu já
vivi na casa dela. Eu gosto dela, me dou muito bem com ela. Converso com ela
sempre. É para quem corro para desopilar sobre política, relacionamentos –
os mais diversos –, conversar sobre História, Cinema e para não me prolongar
nesse depoimento de Orkut esperem um blog que tenha o teor das nossas
conversas, sobre o que gostamos de conversar e sobre o que nos faz lembrar um
do outro.
Além
do senso crítico, do embasamento, da inteligência, o que a torna uma pessoa com
quem gosto de conversar – nem que seja no intervalo de 10 minutos entre uma
procrastinação e outra – é a sua ironia e o seu cinismo para com quem e para os
temas que pedem esse teor que só ela tem. Talvez quem melhor descreveu seu
fazer “estoriográfico” foi Antônio Biá, em Narradores
de Javé, que diz:
Uma
coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito. O fato acontecido tem
de ser melhorado no escrito de forma melhor para que o povo crêia no
acontecido.
Para
isso ela lança mão do exagero. Onde havia um cochichado no ouvido, ela coloca
um grito que foi escutado por todo o bar. Onde há 1 indivíduo, ela coloca a
população da China. Assim, nesse nível. Mas ela não inventa. É fidedigna aos
fatos (aumentado).
Não,
eu não julgo quem aumenta, ou quem inventa um pouco. Para mim todo mundo é um
pouco literato, cronista, Gabo, Machado ou jornalista de jornais vendidos a 25
centavos, principalmente aquelas pessoas que são mestres na Escola da Fofoca e
foram orientados pelas vizinhas que se aglomeram nas calçadas, todas com um
pano de prato no ombro, um avental sendo desamarrado ou uma vassoura para se
apoiar enquanto comentam sobre a filha de Fulaninha que foi “bulida” por Sicraninho
(mas não comentam muito porque sempre há uma panela no fogo prestes a queimar).
Para
mim toda conversa que se propaga é como a brincadeira do telefone sem fio e eu
apoio e admiro quem tem esse dom de colocar um “nome feio” ou mudar toda a
frase no meio da brincadeira. Mas na “vera” eu não posso ser o alvo das
maledicências, pois daí eu condeno esse povo que fala demais.
Esse
blog não será de fofoca. Será de que mesmo, Jana? De tudo mesmo? Aceitei o
convite com muita honra. Daí lembro que tenho outro acordo com outra amiga, que
se parece muita com essa minha companheira de blog, que também é de criar um
blog para escrevermos sobre nosso gosto trash.
Espero que esse Balaio me motive a cumpre com minha palavra com a amiga Parga.
Espero também que nos motivo a concluir outro Balaio de Gatos, que desde 2006 (?) está ali miando para ganhar as
telas.
Eu
sou preguiçoso para escrever e ler, não foi à toa que atrasei a entrega da
minha dissertação e, pior, demorei a escrever meu primeiro post no Balaio de Gatxs. Devido a esse problema,
adoro copiar e colar outros escritos meus, de outros blogs abandonados por
preguiça. Mas creio que estou melhorando. Hoje é o décimo dia que tomo staphysagria (tive que digitar no Google
porque não decorei como escreve e imagine pronunciar... errei na primeira vez
que fui pronunciar para fazer o orçamento e hoje errei várias vezes – sempre
digo ou leio “várias vezes” com a voz da Vanessão na minha mente – no retorno à
homeopata) e hoje disse à homeopata que acho que estou mais concentrado e
obstinado a concluir projetos, inclusive terminei a leitura de alguns livros e
iniciei outras. Acho que escrever esse post me faz acreditar que ter pagado caro
em remédio homeopático valeu à pena, mas isso eu não falei a ela. Mas preciso
de gotas para manter o foco nesses projetos, principalmente nos parágrafos
escritos e não mudar muito de assunto. Sempre quis escrever como realmente as
palavras aparecem na cabeça quando estou deitado para dormir, ou quando venho
no ônibus olhando a paisagem urbana, ou rural, e contemplando meu reflexo na
janela, chovendo, as luzes dos faróis ajudam a dar o tom na água que escorre
pelo vidro... é tão poético. E sobre o copiar e colar, inclusive, a frase
anterior foi copiado de um post do meu Fotolog, o qual não tenho mais a senha.
Espero
que esse balaio renda muito miado e
muído. E parafraseando a decadente Danuza Leão (nossas referências serão
amplas), este blog servirá para afastar meus
fantasmas e me dar leveza. Que comece a mística rs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNo início da nossa amizade, lembro de uma passagem do livro "O Lobo do Mar", de Jack London, Sedova o leu primeiro; descreveu para mim uma cena de conflito entre as personagens. Semanas mais tarde, quando o devorei, percebi que não existia a tal narração: mas, existia sim, uma releitura singular, uma readaptação extraordinária de cena descrita e transmitida do seu jeito de contar histórias. Essa é a maneira pela qual ela faz com que as pessoas se apaixonem por ela, tenha saudade da sua presença, do seu sorriso, das suas fofocas, das suas narrações e das suas chatices. Desde então não larguei mais as aventuras de London e as narrativas de Sedova.
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